domingo, 9 de setembro de 2018

A importância dos “musos”


Tudo bem, “muso” é uma palavra que não consta no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), visto que, na mitologia grega, as musas eram filhas de Zeus, que inspiravam os artistas na criação de suas obras.

Com uma roupagem pop e bem-humorada, o filme da década de 80, “Xanadu”, estrelado por Olivia Newton-John e Gene Kelly, retrata bem o mito.

Bom, século 21, mulheres heterossexuais  também precisam de inspiração, não? Nem precisa ser uma inspiração para uma obra de arte: apenas para melhorar o dia!
Separo os “musos”e duas categorias: a dos“inatingíveis” e a dos “esbarro por aí”.

Eu entendo que tanto a musa, como o “muso”, não estão diretamente ligados à beleza. Cada pessoa possui um gosto para o belo (ainda bem!).  O “muso” e a “musa” causam encanto e cativam. Em resumo: tem aquele borogodó!

Eu devia ter uns cinco anos de idade, quando descobri o cantor Ritchie! Com certeza, ele foi meu primeiro “muso inatingível”. Depois, nos idos de 1986, assisti ao filme “Labirinto”, com David Bowie... E ele acabou se tornando o meu “eterno muso inatingível”. Atualmente, meu “muso inatingível” é o ator James McAvoy.

Já na categoria “esbarro por aí”, creio que o meu primeiro “muso” foi um vizinho de apartamento. Bastava vê-lo, para que eu tropeçasse nas próprias pernas. Eu lembro que o achava parecido com o cantor Jordan Knight, do New Kids on The Block.

Na época faculdade, eu e uma colega sempre esperávamos a hora do intervalo para observar o nosso “muso” comendo na lanchonete da instituição. Ele cursava administração, estava sempre impecável em seus ternos e caminhava em câmera lenta. Nunca soube o nome dele.

Atualmente, meu “muso” é do meu trabalho. Não é meu colega, nem trabalha no meu setor. Com isso, quando posso, faço uma breve caminhada até o outro setor, na esperança de encontrá-lo. O dia pode estar terrível, mas, quando o vejo, a descarga de adrenalina no meu corpo é tão grande, que consigo ficar bem.

Depois de um ano, descobri o nome dele, porque pedi para a atendente da lanchonete olhar no crachá!. Se dependesse da minha pessoa, isso não aconteceria, pois sou totalmente estabanada e começaria a rir.

Faz um ano que o meu “muso”(que ganhou o apelido de "Viking") inspira em mim melhores pensamentos, com seus cabelos de fogo e olhos gentis, de um marrom profundo avermelhado.

Só essa lembrança, já me faz sorrir.


domingo, 2 de setembro de 2018

Sem essa de "Dona", "Senhora", "Vovó", "Senhorinha", "Titia"...

Já quebramos várias barreiras comportamentais até aqui, pelo menos na maior parte do ocidente...
Mulheres podem estudar, trabalhar, ter filhos sem precisar casar...
No entanto, o preconceito contra pessoas "com mais anos vividos" continua...

Vejo o que acontece com a minha mãe: 65 anos, ativa, muito inteligente, independente financeiramente, corpinho mais enxuto do que o meu! rs
Mas algumas pessoas insistem em querem colocá-la na “caixinha da velhice". 

Uma “conhecida” disparou essa: “na sua idade, é difícil fazer amizade”. A mesma “conhecida” sempre adora chamar a minha mãe de “Dona” e “Senhora”, não por respeito, mas por deboche.

Não preciso nem dizer que, a “conhecida”, apesar de ser mais nova do que a minha mãe, não tem nem metade de sua vitalidade e muito menos de sua inteligência.
Outra coisa: parem de achar que toda mulher ou é “vovó” ou é “titia”. Outra “conhecida”, a “conhecida 2” adora disparar, enquanto está com a filha e encontra com a minha mãe: “Fala “oi” para a vovó!”. Já disse para a minha mãe responder que eu não tenho filhos...

A mesma “conhecida 2”, estando também com a filha, disse para mim: ”Fala “oi” para a titia!”. Fiquei em silêncio, mas seu houver uma próxima vez, direi: “Nossa, não sabia que éramos irmãs!”.

Outro dia, estava em uma papelaria e uma mulher de uns 70 anos perguntou para a atendente o que tinha em uma embalagem comprida. A atendente respondeu: “É um chiclete gigante. Dá para você distribuir para a “netaiada toda”. A mulher, constrangida, disse que não tinha netos, nem filhos”. Um fora que a atendente poderia ter evitado, se não tivesse a cabeça ligada a esse estereótipo de que a mulher com mais anos vividos, necessariamente deve ser avó...

Mick Jagger tem 75 anos...Vc já imaginou chamá-lo de “vovô”, sem ser seu/sua neto (a)? 
Madonna acabou de fazer 60 anos! Imagine chamá-la de “Dona”, “Vovó”, “Senhorinha”... Duvido que a pessoa consiga sair de perto dela viva!

Tudo ligado ao “velho” ganha uma conotação pejorativa. Só que os “velhos” que estão aqui construíram essa nova sociedade: eram os hippies, os pop stars dos anos 80 e os Nerds da Revolução Digital. Bill Gates está com 62 anos...

Então: hora de repensar os seus parâmetros de idade! Qualquer dúvida, fale com a Cher e a Meryl Streep!
Foto retirada de https://observatoriog.bol.uol.com.br/noticias/2018/07/meryl-streep-e-cher-se-beijam-em-tapete-vermelho-de-mamma-mia-2