Uma busca rápida pelo Google utilizando os termos “violência
contra mulher” ou “feminicídio” revela histórias tristes e assustadoras. Manchete
de dois dias atrás mostra que, durante a Operação Cronos, foram efetuadas
42 prisões por Feminicídio e 289 por crimes relacionados à Lei Maria da
Penha.
Por que um homem agride e mata justamente quem deveria ser o
foco de seu afeto e proteção? Por que mesmo com tantos avanços tecnológicos,
proporcionando a democratização do conhecimento, comportamentos bestiais continuam
sendo perpetuados em todas as classes sociais?
Muitos homens estão cada vez mais apavorados com a
independência das mulheres na sociedade. Se ele fere a mulher, fisicamente ou
psicologicamente, é porque sente que o seu papel de “macho provedor” está
ameaçado.
Na lógica de uma parcela masculina “se as mulheres ganham espaço, eu
perco terreno”. Como “defender o meu território”, senão com o uso de violência,
seja física ou psicológica.
Mas seria essa a postura “natural” do homem ou um padrão comportamental
imposto a ele por séculos? Será que nós, mulheres (mães, companheiras), não
ajudamos a perpetuar esses comportamentos nocivos?
Procurando respostas, encontrei o livro “O
homem subjugado”, de Malvina Muszkat. A autora mudou a minha percepção em
relação a algumas atitudes masculinas.
A minha tendência sempre foi adotar o raciocínio “homem é
assim mesmo”. Será? Quantas vezes, eu mesma, que sempre defendi o fim de
preconceitos de gênero e orientação sexual, me peguei rotulando um homem por
ele não se encaixar no meu “padrão de masculinidade”?
Com o livro de Malvina, também entendi que fazer uma “caça aos
bruxos”, menosprezar o masculino com a bandeira do “não precisamos de vocês
para nada” é inútil no combate à violência contra a mulher.
Se, atualmente, é permitido às mulheres ocidentais, em sua
maioria, uma vida “fora do lar”, com o desenvolvimento de suas potencialidades
profissionais, também é preciso dar ao homem o espaço para sentir e expressar
seus sentimentos, sem medo de rótulos.