domingo, 26 de agosto de 2018

Estupro não é uma palavra para gracejos...

O verbo “estuprar”, originário do latim “stuprum” quer dizer “violar”, “profanar”, “forçar alguém a ter relações sexuais”. A palavra “estupro” é agressiva, transmitindo o significado do ato hediondo.

Certo dia, jogava online com um rapaz. Como estava ganhando há várias rodadas, ele me enviou a seguinte mensagem: “Você está me estuprando”.

Ignorei a expressão e falei para ele que era sorte minha no jogo.Começamos a conversar e o rapaz me parecia esclarecido.

Venci outra rodada, por uma boa diferença, o rapaz me enviou a mesma mensagem: “Você está me estuprando”.

Decidi esclarecer essa alma perdida e mandei o seguinte texto: “Fulano, eu não estupraria ninguém, nem metaforicamente. Esse é um ato horrível, de extrema violência”.
Sem tréplica, ele me bloqueou...

"O Homem Subjugado - O Dilema Das Masculinidades No Mundo Contemporâneo"


Uma busca rápida pelo Google utilizando os termos “violência contra mulher” ou “feminicídio” revela histórias tristes e assustadoras. Manchete de dois dias atrás mostra que, durante a Operação Cronos, foram efetuadas 42 prisões por Feminicídio e  289 por crimes relacionados à Lei Maria da Penha.

Por que um homem agride e mata justamente quem deveria ser o foco de seu afeto e proteção? Por que mesmo com tantos avanços tecnológicos, proporcionando a democratização do conhecimento, comportamentos bestiais continuam sendo perpetuados em todas as classes sociais?

Muitos homens estão cada vez mais apavorados com a independência das mulheres na sociedade. Se ele fere a mulher, fisicamente ou psicologicamente, é porque sente que o seu papel de “macho provedor” está ameaçado. 

Na lógica de uma parcela masculina “se as mulheres ganham espaço, eu perco terreno”. Como “defender o meu território”, senão com o uso de violência, seja física ou psicológica.

Mas seria essa a postura “natural” do homem ou um padrão comportamental imposto a ele por séculos? Será que nós, mulheres (mães, companheiras), não ajudamos a perpetuar esses comportamentos nocivos?

Procurando respostas, encontrei o livro “O homem subjugado”, de Malvina Muszkat. A autora mudou a minha percepção em relação a algumas atitudes masculinas.

A minha tendência sempre foi adotar o raciocínio “homem é assim mesmo”. Será? Quantas vezes, eu mesma, que sempre defendi o fim de preconceitos de gênero e orientação sexual, me peguei rotulando um homem por ele não se encaixar no meu “padrão de masculinidade”?

Com o livro de Malvina, também entendi que fazer uma “caça aos bruxos”, menosprezar o masculino com a bandeira do “não precisamos de vocês para nada” é inútil no combate à violência contra a mulher.

Se, atualmente, é permitido às mulheres ocidentais, em sua maioria, uma vida “fora do lar”, com o desenvolvimento de suas potencialidades profissionais, também é preciso dar ao homem o espaço para sentir e expressar seus sentimentos, sem medo de rótulos.


A primeira postagem sempre é a mais difícil...Mas, vamos lá!



Jane Austen

O objetivo desse blog é compartilhar experiências sobre os antigos e atuais relacionamentos interpessoais, sejam eles familiares, amorosos, profissionais ou de amizade.


Não possuo formação em nenhuma “ia” (psicologia, sociologia, filosofia). Apenas, gosto de observar o cotidiano e trocar impressões com as pessoas.

O nome do blog é uma homenagem à escritora inglesa Jane Austen. Longe de mim querer me comparar à brilhante autora. 

Apenas, como Jane, pretendo fazer um recorte de uma época, a partir dos meus textos. Ela o fez por meio dos seus romances. Eu utilizarei os códigos binários como meio para dividir as minhas reflexões cotidianas.