domingo, 26 de agosto de 2018

"O Homem Subjugado - O Dilema Das Masculinidades No Mundo Contemporâneo"


Uma busca rápida pelo Google utilizando os termos “violência contra mulher” ou “feminicídio” revela histórias tristes e assustadoras. Manchete de dois dias atrás mostra que, durante a Operação Cronos, foram efetuadas 42 prisões por Feminicídio e  289 por crimes relacionados à Lei Maria da Penha.

Por que um homem agride e mata justamente quem deveria ser o foco de seu afeto e proteção? Por que mesmo com tantos avanços tecnológicos, proporcionando a democratização do conhecimento, comportamentos bestiais continuam sendo perpetuados em todas as classes sociais?

Muitos homens estão cada vez mais apavorados com a independência das mulheres na sociedade. Se ele fere a mulher, fisicamente ou psicologicamente, é porque sente que o seu papel de “macho provedor” está ameaçado. 

Na lógica de uma parcela masculina “se as mulheres ganham espaço, eu perco terreno”. Como “defender o meu território”, senão com o uso de violência, seja física ou psicológica.

Mas seria essa a postura “natural” do homem ou um padrão comportamental imposto a ele por séculos? Será que nós, mulheres (mães, companheiras), não ajudamos a perpetuar esses comportamentos nocivos?

Procurando respostas, encontrei o livro “O homem subjugado”, de Malvina Muszkat. A autora mudou a minha percepção em relação a algumas atitudes masculinas.

A minha tendência sempre foi adotar o raciocínio “homem é assim mesmo”. Será? Quantas vezes, eu mesma, que sempre defendi o fim de preconceitos de gênero e orientação sexual, me peguei rotulando um homem por ele não se encaixar no meu “padrão de masculinidade”?

Com o livro de Malvina, também entendi que fazer uma “caça aos bruxos”, menosprezar o masculino com a bandeira do “não precisamos de vocês para nada” é inútil no combate à violência contra a mulher.

Se, atualmente, é permitido às mulheres ocidentais, em sua maioria, uma vida “fora do lar”, com o desenvolvimento de suas potencialidades profissionais, também é preciso dar ao homem o espaço para sentir e expressar seus sentimentos, sem medo de rótulos.


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