terça-feira, 2 de outubro de 2018

Meu perfil em um site de relacionamentos durou 24h...

Bom, estou solteira há uns bons anos. Como está difícil conhecer alguém no mundo real, muito em parte porque as pessoas passam mais tempo com seus narizes nos celulares, decidi criar uma conta em um site de namoro.
Escolhi o site com cuidado, baseado no meu gosto musical.
Apesar de logo no início, para poder selecionar minha orientação sexual, ter que marcar um "mulher procura homem" (achei de extremo mau gosto), comecei a preparar o meu perfil com cuidado.
Além de citar meus gostos para música, livros, cinema, precisei escrever quais meus objetivos na vida e descrever o meu par ideal.
Falar sobre si mesma, de uma forma sincera (sem querer agradar ao outro) é bem difícil. Mas, como gosto de honestidade, decidi ser direta.
E descrever o meu par ideal, também foi complicado. Somos cheios de certezas, até parar para pensar realmente em quem você quer ao seu lado.
Enfim, meu perfil ficou bem completo. Coloquei umas fotos bonitinhas, mas sem retoque.
E começaram as visitas. Achei muito chato você saber quem visitou seu perfil. Esse recurso é desnecessário. Digo isso, porque também fui checar os perfis dos caras, e ao ver que a personalidade do sujeito não batia com a minha, deixei de enviar mensagem. Você perde um pouco a privacidade.
Aliás, homens, sejam mais específicos! O simples fato de falar que "quer uma namorada", não transmite nada. Qual tipo de namorada você quer? Qual personalidade o agrada? O que espera de um relacionamento?
Um tempo depois, recebi uma mensagem do site no meu e-mail dizendo que "alguém tinha me dado uma piscadela". Sério? Que coisa mais brega! Na vida real, se um cara que eu nunca vi, me encontrasse na rua e piscasse para mim, eu ficaria muito desconfortável. E como o virtual é aquilo que pode se tornar real, achei isso muito estranho.
Em seguida, mesmo tendo feito um perfil quilométrico, recebi uma mensagem de um "pretendente": "Você parece interessante, me fale mais sobre você". Sério? O cara olhou a foto e não se deu nem ao trabalho de ler o perfil, para puxar uma conversa com algum tópico existente como: " Também gostei desse livro..."
E por fim, me senti meio em uma vitrine, um produto... Aquilo foi me dando uma angústia e fechei o meu perfil 24 horas depois de tê-lo criado. Vou continuar me contentando com meu "muso platônico".

Trilha sonora para os dias chuvosos


Sou da turma da introspecção, do isolamento e do eterno sentimento de nostalgia por algo que esteve em algum lugar, mas você não sabe bem o que.
Não sou uma pessoa solar, nem cintilante. Por isso, a temporada chuvosa em Brasília é um alívio. Para a minha saúde física, o tempo seco brasiliense é melhor. Mas, para a minha saúde mental, o tempo chuvoso oficialmente me desobriga de parecer uma "shiny happy people".
Nada mais insuportável do que essa cobrança de "ter que ser feliz", ou, pelo menos, ser feliz como os outros.
Sou feliz na minha quietude, tendo a chuva como companhia. Para esses momentos, tenho até trilha sonora:

domingo, 9 de setembro de 2018

A importância dos “musos”


Tudo bem, “muso” é uma palavra que não consta no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), visto que, na mitologia grega, as musas eram filhas de Zeus, que inspiravam os artistas na criação de suas obras.

Com uma roupagem pop e bem-humorada, o filme da década de 80, “Xanadu”, estrelado por Olivia Newton-John e Gene Kelly, retrata bem o mito.

Bom, século 21, mulheres heterossexuais  também precisam de inspiração, não? Nem precisa ser uma inspiração para uma obra de arte: apenas para melhorar o dia!
Separo os “musos”e duas categorias: a dos“inatingíveis” e a dos “esbarro por aí”.

Eu entendo que tanto a musa, como o “muso”, não estão diretamente ligados à beleza. Cada pessoa possui um gosto para o belo (ainda bem!).  O “muso” e a “musa” causam encanto e cativam. Em resumo: tem aquele borogodó!

Eu devia ter uns cinco anos de idade, quando descobri o cantor Ritchie! Com certeza, ele foi meu primeiro “muso inatingível”. Depois, nos idos de 1986, assisti ao filme “Labirinto”, com David Bowie... E ele acabou se tornando o meu “eterno muso inatingível”. Atualmente, meu “muso inatingível” é o ator James McAvoy.

Já na categoria “esbarro por aí”, creio que o meu primeiro “muso” foi um vizinho de apartamento. Bastava vê-lo, para que eu tropeçasse nas próprias pernas. Eu lembro que o achava parecido com o cantor Jordan Knight, do New Kids on The Block.

Na época faculdade, eu e uma colega sempre esperávamos a hora do intervalo para observar o nosso “muso” comendo na lanchonete da instituição. Ele cursava administração, estava sempre impecável em seus ternos e caminhava em câmera lenta. Nunca soube o nome dele.

Atualmente, meu “muso” é do meu trabalho. Não é meu colega, nem trabalha no meu setor. Com isso, quando posso, faço uma breve caminhada até o outro setor, na esperança de encontrá-lo. O dia pode estar terrível, mas, quando o vejo, a descarga de adrenalina no meu corpo é tão grande, que consigo ficar bem.

Depois de um ano, descobri o nome dele, porque pedi para a atendente da lanchonete olhar no crachá!. Se dependesse da minha pessoa, isso não aconteceria, pois sou totalmente estabanada e começaria a rir.

Faz um ano que o meu “muso”(que ganhou o apelido de "Viking") inspira em mim melhores pensamentos, com seus cabelos de fogo e olhos gentis, de um marrom profundo avermelhado.

Só essa lembrança, já me faz sorrir.


domingo, 2 de setembro de 2018

Sem essa de "Dona", "Senhora", "Vovó", "Senhorinha", "Titia"...

Já quebramos várias barreiras comportamentais até aqui, pelo menos na maior parte do ocidente...
Mulheres podem estudar, trabalhar, ter filhos sem precisar casar...
No entanto, o preconceito contra pessoas "com mais anos vividos" continua...

Vejo o que acontece com a minha mãe: 65 anos, ativa, muito inteligente, independente financeiramente, corpinho mais enxuto do que o meu! rs
Mas algumas pessoas insistem em querem colocá-la na “caixinha da velhice". 

Uma “conhecida” disparou essa: “na sua idade, é difícil fazer amizade”. A mesma “conhecida” sempre adora chamar a minha mãe de “Dona” e “Senhora”, não por respeito, mas por deboche.

Não preciso nem dizer que, a “conhecida”, apesar de ser mais nova do que a minha mãe, não tem nem metade de sua vitalidade e muito menos de sua inteligência.
Outra coisa: parem de achar que toda mulher ou é “vovó” ou é “titia”. Outra “conhecida”, a “conhecida 2” adora disparar, enquanto está com a filha e encontra com a minha mãe: “Fala “oi” para a vovó!”. Já disse para a minha mãe responder que eu não tenho filhos...

A mesma “conhecida 2”, estando também com a filha, disse para mim: ”Fala “oi” para a titia!”. Fiquei em silêncio, mas seu houver uma próxima vez, direi: “Nossa, não sabia que éramos irmãs!”.

Outro dia, estava em uma papelaria e uma mulher de uns 70 anos perguntou para a atendente o que tinha em uma embalagem comprida. A atendente respondeu: “É um chiclete gigante. Dá para você distribuir para a “netaiada toda”. A mulher, constrangida, disse que não tinha netos, nem filhos”. Um fora que a atendente poderia ter evitado, se não tivesse a cabeça ligada a esse estereótipo de que a mulher com mais anos vividos, necessariamente deve ser avó...

Mick Jagger tem 75 anos...Vc já imaginou chamá-lo de “vovô”, sem ser seu/sua neto (a)? 
Madonna acabou de fazer 60 anos! Imagine chamá-la de “Dona”, “Vovó”, “Senhorinha”... Duvido que a pessoa consiga sair de perto dela viva!

Tudo ligado ao “velho” ganha uma conotação pejorativa. Só que os “velhos” que estão aqui construíram essa nova sociedade: eram os hippies, os pop stars dos anos 80 e os Nerds da Revolução Digital. Bill Gates está com 62 anos...

Então: hora de repensar os seus parâmetros de idade! Qualquer dúvida, fale com a Cher e a Meryl Streep!
Foto retirada de https://observatoriog.bol.uol.com.br/noticias/2018/07/meryl-streep-e-cher-se-beijam-em-tapete-vermelho-de-mamma-mia-2
 





domingo, 26 de agosto de 2018

Estupro não é uma palavra para gracejos...

O verbo “estuprar”, originário do latim “stuprum” quer dizer “violar”, “profanar”, “forçar alguém a ter relações sexuais”. A palavra “estupro” é agressiva, transmitindo o significado do ato hediondo.

Certo dia, jogava online com um rapaz. Como estava ganhando há várias rodadas, ele me enviou a seguinte mensagem: “Você está me estuprando”.

Ignorei a expressão e falei para ele que era sorte minha no jogo.Começamos a conversar e o rapaz me parecia esclarecido.

Venci outra rodada, por uma boa diferença, o rapaz me enviou a mesma mensagem: “Você está me estuprando”.

Decidi esclarecer essa alma perdida e mandei o seguinte texto: “Fulano, eu não estupraria ninguém, nem metaforicamente. Esse é um ato horrível, de extrema violência”.
Sem tréplica, ele me bloqueou...

"O Homem Subjugado - O Dilema Das Masculinidades No Mundo Contemporâneo"


Uma busca rápida pelo Google utilizando os termos “violência contra mulher” ou “feminicídio” revela histórias tristes e assustadoras. Manchete de dois dias atrás mostra que, durante a Operação Cronos, foram efetuadas 42 prisões por Feminicídio e  289 por crimes relacionados à Lei Maria da Penha.

Por que um homem agride e mata justamente quem deveria ser o foco de seu afeto e proteção? Por que mesmo com tantos avanços tecnológicos, proporcionando a democratização do conhecimento, comportamentos bestiais continuam sendo perpetuados em todas as classes sociais?

Muitos homens estão cada vez mais apavorados com a independência das mulheres na sociedade. Se ele fere a mulher, fisicamente ou psicologicamente, é porque sente que o seu papel de “macho provedor” está ameaçado. 

Na lógica de uma parcela masculina “se as mulheres ganham espaço, eu perco terreno”. Como “defender o meu território”, senão com o uso de violência, seja física ou psicológica.

Mas seria essa a postura “natural” do homem ou um padrão comportamental imposto a ele por séculos? Será que nós, mulheres (mães, companheiras), não ajudamos a perpetuar esses comportamentos nocivos?

Procurando respostas, encontrei o livro “O homem subjugado”, de Malvina Muszkat. A autora mudou a minha percepção em relação a algumas atitudes masculinas.

A minha tendência sempre foi adotar o raciocínio “homem é assim mesmo”. Será? Quantas vezes, eu mesma, que sempre defendi o fim de preconceitos de gênero e orientação sexual, me peguei rotulando um homem por ele não se encaixar no meu “padrão de masculinidade”?

Com o livro de Malvina, também entendi que fazer uma “caça aos bruxos”, menosprezar o masculino com a bandeira do “não precisamos de vocês para nada” é inútil no combate à violência contra a mulher.

Se, atualmente, é permitido às mulheres ocidentais, em sua maioria, uma vida “fora do lar”, com o desenvolvimento de suas potencialidades profissionais, também é preciso dar ao homem o espaço para sentir e expressar seus sentimentos, sem medo de rótulos.


A primeira postagem sempre é a mais difícil...Mas, vamos lá!



Jane Austen

O objetivo desse blog é compartilhar experiências sobre os antigos e atuais relacionamentos interpessoais, sejam eles familiares, amorosos, profissionais ou de amizade.


Não possuo formação em nenhuma “ia” (psicologia, sociologia, filosofia). Apenas, gosto de observar o cotidiano e trocar impressões com as pessoas.

O nome do blog é uma homenagem à escritora inglesa Jane Austen. Longe de mim querer me comparar à brilhante autora. 

Apenas, como Jane, pretendo fazer um recorte de uma época, a partir dos meus textos. Ela o fez por meio dos seus romances. Eu utilizarei os códigos binários como meio para dividir as minhas reflexões cotidianas.